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Trabalho remoto é diferencial

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Especialista fala sobre como está o mercado de trabalho atualmente

Segundo uma pesquisa recente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o trabalho remoto no Brasil, enquanto cerca de 75% dos profissionais brasileiros apontam sua preferência por oportunidades profissionais que possibilitam o modelo híbrido de trabalho, a ideia, atualmente, está sendo adotada por apenas 38% das empresas. O home office, que ganhou força durante a pandemia, parece estar com os dias contados, representando, hoje, apenas 9% das empresas que têm vagas em aberto. Segundo Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, o mundo do trabalho totalmente a distância é ilusório e nem as empresas e nem as pessoas conseguem viver pra sempre sem contato físico. “É claro que as pessoas se acostumaram a não ir mais para o escritório, mas é preciso lembrar que entramos nessa onda por necessidade, por conta da pandemia. Hoje não existe mais razão para isso, simples assim”, afirma Caio.

Percebendo este movimento, grande parte das empresas têm investido alto em transformar os escritórios em locais mais atraentes e agradáveis, porém, a resistência por parte dos colaboradores ainda é grande. É claro que trabalhar em casa tem benefícios além do deslocamento – algumas pesquisas indicam que pode haver aumento de produtividade e desempenho uma vez que as distrações e interrupções são menores. Também é preciso falar sobre a redução de custos que ele gera para as empresas e para o colaborador e sobre a flexibilidade de horário. Mas, segundo Caio, por outro lado, alguns pontos merecem atenção para a boa prática do trabalho remoto, como a necessidade de estipular rotina e organização para o dia a dia e a escolha certa do ambiente de trabalho. O fato é que a cultura do home office não era típica do nosso País e quando a pandemia foi confirmada, líderes e colaboradores precisaram descobrir, de uma hora para outra, como fazer este modelo funcionar para que as empresas não parassem. Agora, depois desta verdadeira prova de fogo, ficaram ainda mais claras as vantagens do trabalho presencial”, afirma. O especialista.

Esse braço de ferro entre empresas que preferem seus funcionários por perto e colaboradores que preferem o conforto de trabalhar em casa tem sido tema constante de conversa entre os RHs das empresas. Entre os argumentos das companhias estão alguns pontos importantes, como:

Contato com as pessoas

Trabalhar em casa trouxe aos colaboradores uma condição permanente de isolamento. Por mais que estejamos conectados, do outro lado da tela há um profissional só. O problema é que, segundo especialistas, a solidão traz consequências invisíveis e profundas aos indivíduos como desânimo, estresse e ansiedade. Além disso, muitas pessoas também relatam um quadro de esgotamento profissional por conta do isolamento.

Criatividade e colaboração

Como diz o ditado, “Duas cabeças pensam melhor que uma”. É fato – quando estamos ao lado de um colega de trabalho, o brainstorming rende muito mais e conseguimos ideias e resultados de forma mais rápida e eficaz. Na troca não há perda e ninguém se sente esgotado pois, ao mesmo tempo em que contribui com seus pensamentos, também ouve e recebe estímulos.

Motivação

O desânimo do isolamento tem como antídoto o contato direto com os colegas de trabalho. Quando estamos lado a lado, nos motivamos uns aos outros. Perceber que a gente (ou o outro) precisa de uma ajuda, um estímulo ou uma motivação é muito mais difícil quando não estamos no mesmo ambiente.

Desenvolvimento pessoal

Hoje em dia, um dos pontos mais valorizados pelos recrutadores são as chamadas soft skills dos candidatos e estas habilidades só podem ser desenvolvidas quando estamos em contato direto com outras pessoas. Empatia, comunicação, flexibilidade e escuta ativa são exemplos que mostram que a convivência é essencial para a expansão destas competências.

Fim do trabalho infinito

Estar em casa trouxe uma flexibilidade ruim para a rotina e a maioria das pessoas se viu trabalhando muitas horas depois do fim do expediente, uma vez que casa e escritório passaram a ser uma coisa só. Assim, o retorno ao presencial representa, também, o fim da tal produtividade infinita, que só faz gerar cansaço excessivo e prejudicar o rendimento profissional.

Separação entre vida pessoal e profissional

Parece muito bom trabalhar com roupas confortáveis, descabelado e a dois passos do próprio banheiro. O problema é que, ao mesmo tempo em que isso traz comodidade, também representa um encurtamento na fronteira entre vida pessoal e profissional. Você está no meio de uma tarefa e o interfone toca. Como você está em casa, se sente na obrigação de atender, ainda que saiba que “em condições normais”, a situação se resolveria de outra forma, sem a necessidade da sua intervenção. Com o trabalho presencial, conseguimos estabelecer que, para cada coisa, há seu devido tempo e espaço.

Mas é claro que o home office não teve só aspectos negativos, por isso muitas empresas estão investindo em maleabilidade neste momento de retorno. “O fim da exigência de roupas excessivamente formais, a flexibilização da rotina de trabalho e até o modelo híbrido são algumas soluções em alta neste momento. Assim, é possível unir o melhor de dois mundos e criar um ambiente de trabalho melhor para todos”, finaliza Caio.


Sobre Caio Infante

Eleito por três anos consecutivos como um dos profissionais de RH mais influentes do mercado, Caio Infante é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM e possui MBA em Gestão Internacional pela University of Technology, em Sidney, na Austrália. Com carreira profissional desenvolvida na área de Negócios em agências de propaganda do País e do exterior, atuou, também, no site Trabalhando.com como diretor Comercial e de Marketing, chegando a Country Manager da operação. Desde o início de 2017, Caio está na Radancy, onde seu conhecimento sobre marca empregadora cresceu exponencialmente. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente regional da agência, mantendo contato com alguns dos maiores nomes mundiais do tema.

Caio Infante também é um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre marcas empregadoras, com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais.

Recentemente, Caio passou a ocupar, também, o cargo de Diretor de Patrocínios da ABRHSP (Associação Brasileira de Recursos Humanos – SP) da Regional Berrini.

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