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Cultura

Região Metropolitana de São Paulo participa do Revelando SP, maior festival da cultura tradicional paulista

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Essa é a primeira vez que o evento é realizado no município; celebração acontece de 9 a 11 de agosto.

Registro de Adriano Escanhuela da edição do Revelando SP São José dos Campos, realizada em julho de 2024.
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Revelando SP, maior festival da valorização da cultura tradicional paulista, desembarca pela primeira vez em Presidente Prudente. Iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, com correalização da Prefeitura de Presidente Prudente e gestão e produção da Associação Paulista dos Amigos da Arte, o festival acontece entre os dias 9, 10 e 11 de agosto (sexta, sábado e domingo), no Centro de Eventos IBC, a partir das 11h. A entrada é gratuita.

A programação conta com shows de Sérgio Reis, da dupla Diego & Victor Hugo, da banda Moda RockMatuto Moderno e da cantora Carolina Soares.  A celebração receberá também mais de 220 participantes, entre artesãos, culinaristas e representantes das mais diversas manifestações culturais paulistas. Ao todo, mais de 56 municípios representados.

Na ocasião, a região Metropolitana de São Paulo vai ser representada por cinco municípios. Guarulhos e Guararema levam o melhor da culinária regional com o tradicional feijão tropeiro e a famosa galinhada de São Longuinho, respectivamente. Os guararemenses do Alambique do Décio também marcarão presença. No artesanato, Biritiba Mirim apresenta lindas peças de entalhe em madeira. As manifestações artísticas ficam por conta de Mauá, com a Conexão Cultura Cigana, e Taboão da Serra, com a Orquestra de Violeiros da cidade.

Confira abaixo a programação completa:

Artesanato

Américo Brasiliense – Brinquedos de Madeira

Apiaí –  Artesanato em argila

Araçatuba – Artesanato em bambu e folha de coqueiro

Avaí – Artesanato Indigena Ekeruá

Bariri – Artesanato Genuíno

Biritiba Mirim –  Entalhe em madeira

Bom Sucesso de Itararé –  Mãos do Barro

Bom Sucesso de Itararé – Artesanato em barro de Bom Sucess

Botucatu – Artesanato Biocultural

Cananéia – Artesanato Tradicional em Barro

Cândido Mota – Artesanato em couro de boi e de tilápia

Caraguatatuba – Cerâmica tradicional em barro

Caraguatatuba – Trançado identitário tradicional em fibra de coqueiro

Caraguatatuba – Entalhe em madeira

Iguape – Kintãoo Artesanal

Indiana – Cerâmicas de Indiana

Mauá – Conexão Cultural Cigana

Ourinhos – A arte dos fios

Ourinhos – Artroni placas entalhadas

Palmital –  Artesanato em Palha de Milho

Presidente Prudente – Enxoval da vovó

Redenção da Serra – Artes em Madeira

São Pedro – Esculturas, luminárias e objetos decorativos

Sud Mennucci – Projeto Renascer em Retalhos

Ubatuba – Artesanato Indigena I

 

Culinária

Angatuba – Sucos e vinhos Família Silva

Araçatuba – Sítio Doce

Bragança Paulista – Linguiça bragantina com polenta crocante

Cruzeiro – Arroz vermelho com Sua

Guararema – Alambique do Décio

Guararema – Galinhada de São Longuinho

Guaratinguetá – Afogado com feijão tropeiro e quibebe

Guaratinguetá – Doces caseiros especiais

Guarulhos – Culinária regional, feijão tropeiro, arroz carreteiro e caldos

Itapira – Vinhos artesanais, pães, bolos, roscas e produtos do Recanto das Videiras;

Jacareí –  Patrimônio Imaterial de Jacareí – Bolinho Caipira

Joanópolis – Comida do Lobisomem

Novo Horizonte: Farofa Cunha’s

Novo Horizonte – Queijaria artesanal Irmão Caipira

Palmital – Doces cristalizados e outras iguarias locais

Parapuã – Bolo de Jatobá

Piquete – Marisa Xavier Bolos Caseiros

Porto Feliz – Cachaça Porto Brasil

Presidente Prudente – Licores de frutas artesanais

Redenção da Serra – Carne na lata

Redenção da Serra – Banca Batista

Redenção da Serra – Rancho Vaca Atolada

Redenção da Serra – Rancho do Marcão

Redenção da Serra – Jacu da Roça

Ribeirão Grande – Delicias do roteiro do milho

Ribeirão Grande – Rojão do Balaio

Santa Rita do Passa Quatro – Doce fudi

São João da Boa Vista – Doce caseiros

São José dos Campos – Rancho do Torresmo

São Roque – Quinta do Olivardo

Tarumã – Tradição Caipira

 

Manifestações Culturais e Shows

09 de agosto, sexta-feira

Tarde

Projeto Roda Choro da Escola Municipal de Artes de Presidente Prudente

Família Cigana Kallons Musical Show

Projeto Camerata de Cordas Brasileiras de Viola Caipira da Escola Municipal de

Artes de Presidente Prudente

Projeto Aquarela de Presidente Prudente

Projeto Orquestra Sanfônica de Presidente Prudente

 

Noite

Facmol – Orquestra de Sopros e Percussão

Sérgio Reis

 

10 de agosto, sábado

Manhã

Família Cigana Kallons Musical Show

Orquestra de Violeiros de Taboão da Serra

 

Tarde

Moda de Rock

Folia de Reis Bandeira dos Faceiros de Palmital

Grupo de Viola Caipira São Gonçalo de Votorantim

Grupo Folia de Reis de Torrinha

Cururueiros de Araritaguaba de Porto Feliz

Carolina Soares

 

Noite

Ciganos Cidadãos do Mundo de Itanhaém

Matuto Moderno

 

11 de agosto, domingo

Manhã

Oficina Toques de Berimbaus com Dinho Nascimento

Orquestra Municipal de Viola Caipira de Presidente Bernardes

Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene de São Paulo

 

Tarde

Encontro de Moçambiques

Washi Daiko – Grupo de Taiko da Associação Nipo-Brasileira de Ribeirão Pires

Catira Araçatuba

Orgulho Caipira de Lagoinha

Caipiras da Cuesta de Pardinho

Jovens da Cuesta de Pardinho

Diego e Victor Hugo

 

Apoio à realização de eventos culturais nos municípios

A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, em parceria com a Associação Paulista dos Amigos da Arte, está com editais abertos para que os municípios paulistas inscrevam projetos de eventos culturais. Os aprovados recebem apoio, que pode ser dado tanto em forma de pagamento de cachês artísticos, quanto no fornecimento de infraestrutura – palco, banheiros químicos, grades etc.

Ou seja, municípios que querem receber apoio do Governo para a realização de festas de aniversário da cidade, festa junina, festas relacionadas a colheitas ou mesmo para a grafitagem de muros podem se inscrever em editais como o Difusão CultSP no site da Amigos da Arte: www.amigosdaarte.org.br.

 

Sobre o Revelando SP

O Revelando SP, que já teve mais de 55 edições ao longo de quase três décadas, oferece ao público uma viagem pelas tradições do estado de São Paulo. O festival promove uma amostra de produções artesanais, culinária típica e manifestações culturais, como moda de viola, expressões da cultura tropeira, catira, congada, música e dança de povos originários. São saberes passados de geração em geração e que representam a riqueza e diversidade cultural paulista. Além disso, o Revelando SP é palco para a apresentação de grandes nomes da música brasileira.

Na culinária, o Revelando SP sempre oferece uma infinidade de quitutes, com muitos preparos à base de milho, banana e amendoim, compotas, doces cristalizados, bolinhos, pastéis, queijos, sanduíches, galinhada, feijão tropeiro e pratos com nomes e histórias curiosas – que fazem valer uma prosa com os expositores para ter contato com as origens dessas tradições.

Os artesãos, por sua vez, levam ao festival esculturas produzidas nos mais diversos materiais, entre arte sacra, tapetes, bolsas, entalhes, bordados, tecelagem, artes variadas em fibras, cipós, papel e palha, entre outros, levando ao público a arte produzida em todo o estado pelos sertanejos, caiçaras, povos originários e quilombolas.

As expressões artísticas, por fim, se fazem presentes por meio de modas de viola, congada, catira, folia de reis, jongo, fandango, cururu, moçambique, dança cigana, samba de bumbo, coral indígena, violeiros, música caipira, bonecões e muito mais.

 

Cinco edições em 2024

Em 2024, o Revelando SP foi expandido e terá, ao todo, cinco edições, levando a cultura tradicional paulista a mais regiões do estado. A quinta e última parada será na cidade de São Paulo, entre os dias 12 e 15 de setembro.

 

SERVIÇO

Evento: Revelando SP Presidente Prudente
Data: 9 a 11 de agosto

Horário: A partir das 11h

Local: Centro de Eventos IBC (R. Orlando Ulian, nº 153, Vila Furquim)

Entrada: Gratuita

Classificação: Livre

Sobre a Associação Paulista dos Amigos da Arte

A Associação Paulista dos Amigos da Arte é uma Organização Social de Cultura que trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 20 anos de atuação, a Organização desenvolveu mais de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.

 

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Cultura

Diadema oferece Oficina sobre Teatro e Ancestralidade gratuita

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Em cartaz em São Paulo com “Terreiro dos Aflitos”, a Companhia Ágata de Artes abre seu processo de pesquisa ao público, discutindo Ancestralidade e Intolerância Religiosa.

Completando 23 anos de produções ininterruptas, a Companhia Ágata de Artes, refaz o encontro do teatro com as suas raízes religiosas, se inspira no assassinato da Ialorixá Maria Bernadete Pacífico, na carreira da cantora Clara Nunes e nas religiões de matriz africana, para discutir ancestralidade e intolerância religiosa, processo que deu origem ao espetáculo “O Terreiro dos Aflitos” em cartaz no Teatro Ruth Escobar, São Paulo.

No dia 22 de Setembro no Teatro Clara Nunes, Diadema, a Ágata irá promover encontros e vivências com foco sobre, Ancestralidade Brasileira, Dança Indígena, Mitologia dos Orixás e ainda na Introdução a Técnicas Teatrais.

“O objetivo destas vivências é promover o encontro das pessoas com o Teatro, discutirmos a intolerância religiosa e dissipar qualquer tipo de preconceito contra as religiões de matriz africana”, garante o diretor da Companhia Ágata, Silvio Tadeu.

RACISMO RELIGIOSO ATUAL

Uma pesquisa coordenada pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras aponta que, quase a metade de 255 terreiros, registrou até cinco ataques a seus espaços religiosos nos últimos dois anos, tendo aumento de até 106% em denúncias entre os anos de 2021 e 2022.

“Toda forma de preconceito ou discriminação que a humanidade propõe há séculos, para si mesma, serve para manter acesa a essência selvagem, combinada com a necessidade de controle humano.” completa Alexandre Cuba, gestor da Trinca Produtora, que atualmente representa a Companhia Ágata e idealizou o projeto “Fome“ no qual a oficina está inserida, incluindo show musical, apresentado às 19 horas com a banda “Cuba e Outras Ilhas“.

SERVIÇO:

“TEATRO E ANCESTRALIDADE”

CONTEÚDO:

  • Ancestralidade: o que é e qual a importância
  • Dança Indígena
  • Vivência de dança Indígena com tambor e outros elementos
  • Introdução a Técnicas Teatrais

PROJETO CULTURAL “FOME”

Oficina Gratuita de Teatro e Ancestralidade

Das 13h às 14h30

Mediadores: Silvio Tadeu e Ju Camata

TEATRO CLARA NUNES

Rua: Graciosa, 300 – Centro, Diadema – SP, 09910-660.

As atividades do projeto “FOME” são gratuitas, sugerimos a doação de 01 Kg de alimento que será destinado à ONG Amigas Solidárias de Diadema.

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Cultura

A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa e a Psicologia do “Caminhar”: uma questão de saúde mental

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Caminhar faz bem à saúde! Bora Caminhar?
Por ancestrais desígnios, a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa ocorre, anual e tradicionalmente, no mês morado desde 2015 de  setembro Amarelo, consagrado à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental.
Em nossa reflexão, que poderia ser intitulada “a dimensão psicológica profunda do Caminhar”, queremos articular o valor da Caminhada em defesa da Liberdade Religiosa sob as lentes da psicologia arquetípica do pos- junguiano James Hillman (1926-2011).
Cultivar uma leitura arquetípica da realidade exige ver mundo à luz do simbólico ou da alma. “Só se vê bem com o coração”.  Aconselha Leonardo Boff: é preciso escutar os arquétipos! E isso exige, segundo o teólogo, “dar atenção à voz de nossa  interioridade e criar espaço para que ela se manifeste”. Clementina de Jesus sabia disso , por isso cantou: “a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais…”.
A pergunta fundamental do nosso texto é: qual é o valor psicológico ou simbólico do Caminhar?
Podemos, a partir do pensar de James Hillman na obra “A cidade e a alma”,  interpretar o Caminhar como trabalho da psique buscando a integração do humano e potencialização da saúde psíquica. Refletindo sobre o Caminhar relata sugestivamente Hillman: “No meu trabalho terapêutico com pessoas descobri que, em período de intensa desordem psíquica, elas naturalmente resolvem caminhar”. Escreve ainda o psicólogo americano: “Saímos para caminhar para dar um ritmo orgânico aos estados mentais depressivos”. Em estado de extremo medo ou pavor nossos pés tendem a paralisar. Sustenta ainda Hillman: “Há provavelmente uma cura arquetípica no caminhar, algo que afeta profundamente o substrato mítico de nossas vidas”. Então, sob o ângulo da psique profunda, Caminhar tem razões (ou motivações) que a própria razão desconhece. Essa afirmação tem extraordinário valor para o povo preto que, desde o passado do mundo, aprendeu a dizer no pé.

Não Caminhar é não ser; e nem pensamento. Não sem razão, “a cabeça pensa por onde os pés pisam”. Caminhar é conhecer. Pensamos e dizemos no pé! Considero, pois,  a reflexão sobre o Caminhar como necessária neste mês, conforme já dito, dedicado à saúde mental. Caminhar é uma narrativa humana por excelência; logo, psíquica. O ser humano que foi pensado como um ser exclusivamente racional (“penso, logo existo), é não menos um ser que caminha, um peregrino, um viajante, um andarilho – um caminhante. Essa verdade foi inscrita no mais íntimo do nosso ser e no mais profundo de nossos pés, desde o solo africano. Lá demos nossos primeiros passos. Na obra “Transcendência” o teólogo  Leonardo Boff lembra que “o australopiteco piticino, que era uma mulher, Luci, era uma mulher de transcendência”. E diz o teólogo: “Ela deixou as florestas da África e começou a andar na savana árida…”. Caminhar sempre foi preciso! Não podemos esquecer essa verdade: foi no ventre da Mãe África que começou a grande, perigosa e incerta Caminhada da humanidade.
Comenta com refinada ironia o historiador Joseph Ki-Zerbo: ” Se Adão e Eva tivessem aparecido no Texas, ouviríamos falar disso todos os dias na CNN”. Desse modo, quando a Comissão de Combate à Intolerância do Rio de janeiro (CCIR) fala de Caminhada, está, no subterrâneo, falando de conexão com nosso passado ancestral, e com nosso futuro também! No Caminhar, quando um pé vai para frente o outro fica para trás, na alternância esquerdo/direito. Hillman oferece uma leitura simbólica desse movimento, segundo a qual Caminhar conecta! Nessa altura de nossa reflexão poderíamos sustentar a formulação: Caminho, logo existo!
A tradição judaico-cristã fala de um Deus que ouviu o clamor do povo e desceu para caminhar com ele; fez-se companheiro de estrada – um caminhante. Tudo é caminho!

Há um ensinamento budista segundo o qual só completando a caminhada de doze dias de Kamakura a Quioto se pode contemplar a lua linda da capital. Quem desiste no décimo- primeiro, por exemplo, não pode ver a beleza da lua. A sabedoria budista ensina que é preciso – passo a passo –  completar a caminhada. Disse o Papa Francisco, diante da multidão, no dia de sua posse: “vamos fazer um caminho, bispo e povo…”. Todas as religiões não são, ao fim e ao cabo, caminhos? Fica evidente que não podemos pensar a vida sem o Caminhar. Lembro a bonita canção: “Caminheiro, você sabe, não existe caminho. Passo a passo, pouco a pouco, e o caminho se faz”. Em perspectiva Iorubá, Exu é a divindade dos caminhos, das encruzilhadas – o senhor dos mundos.
Hermes, o deus da comunicação na mitologia grega, tem asas nas sandálias dos pés. O malandro traz consigo a competência ancestral da caminhada noturna da alma. A cidade também caminha! Sustenta Bezerra da Silva: “malandro não dorme e nem cochila”. Somos – todas/todos/todes – andarilhos: caminhamos pra viver, e vivemos pra Caminhar! O perigo do Caminhar está naqueles e naquelas que só sabem andar sozinhos, porque se juntam maiores e melhores que os outros. Ensina Dom Hélder Câmara: “É possível caminhar sozinho. Mas, o bom viajante sabe que a grande caminhada supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, é quem come do mesmo pão”. E diz ainda o bispo vermelho: “O bom caminheiro preocupa-se com os outros”.
Em chave junguiana, no livro “A águia e a galinha”, Leonardo Boff pensa “o caminhante ou o peregrino” como  dimensão  necessária do ser humano na construção de si mesmo (herói/heroína). Escreve o teólogo: “É uma árdua caminhada”. A propósito, o próprio Jung lê o processo de individuação (“ser o que se é”) como uma caminhada –  “longuíssima via”. Pelo exposto, podemos dizer que o ser humano quanto mais caminha mais se humaniza. Caminhar é vital… É ancestral! O povo preto, forjado na encruzilhada, é perito no Caminhar. Encruzilhados atravessamos a calunga grande. Transformamos as madeiras dos tumbeiros em instrumentos de percussão. E isso é tudo! Lembra Antônio Simas que “encruzilhadas são perspectivas de mundo.
O professor e Babalawô Ivanir dos Santos exibe essa antiquíssima verdade quando sustenta, no livro e na vida, que “Marchar não é caminhar”. A marcha exige a domesticação e o enquadramento dos corpos (“quem não marchar direito vai preso no quartel”).  O Caminhar, ao contrário, reclama corpos inegociavelmente livres! Argumenta com propriedade James Hillman: “Andar acalma. Prisioneiros circulam no pátio, animais andam de um lado para o outro em suas jaulas, a pessoa ansiosa mede o chão com seus passos: esperando o bebê nascer ou as notícias da sala da diretoria. Heidegger recomendava o caminho na floresta para filosofar; a escola de Aristóteles era chamada ‘Peripatética’ – pensar e discursar enquanto se caminha; os monges andavam em seus jardins fechados. Nietzsche disse que só tinham valor as idéias que ocorriam do caminhar…idéias correntes, não idéias sentadas”.

Numa sociedade adoecida e movida por automóveis, computadores, tablets e celulares, talvez nossos pés (e nossas mentes) estejam reclamando um pouco mais de Caminhada. Caminhar é preciso!Recorda oportunamente Hillman: “No Egito antigo uma das principais convenções hieroglíficas para Bá, a alma, era a barriga da perna e os pés, a parte inferior das pernas como que dando um passo. A alma caminhava”. E o psicólogo deixa a pergunta: “quando não mais caminhamos, o que acontece com a alma?”. É hora de findar… Faço minhas as palavras de Abdias Nascimento: “… tenho muito a caminhar, muita encruza a farejar”. Termino, pois, o escrito sobre uma leitura psicológica do Caminhar firmando ponto, à partir de um umbandístico ponto,  que há poucos dias ouvi da boca ancestral da ialorixá Ofa (São Roque), quando amorosamente falávamos ao telefone: “Santo Antônio de Pemba caminhou sete anos… Mas, como caminhou… Santo Antônio de Pemba, como caminhou…”. Ora, se o Santo caminha, por que não eu?

Dedico esse texto ao queridíssimo e potente Babalorixá Pai Dário, ao futuro ancestral!

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Cultura

Umbanda para iniciantes: história, luta e práticas mediúnicas

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Pai Rodrigo Queiroz apresenta um relato histórico desta fé brasileira e oferece um tour imersivo aos que desejam compreender a religião

Com o objetivo de levar ao público geral informação, conhecimento e práticas sobre a manifestação religiosa, Rodrigo Queiroz, fundador e presidente do Instituto Cultural Aruanda, lança Umbanda para iniciantes. Publicada pela Citadel Grupo Editorial.

A obra oferece um tour imersivo pelos sagrados espaços e apresenta um relato histórico do nascimento da religião. É um verdadeiro compêndio para aqueles que desejam conhecer os orixás e as práticas mediúnicas.

O autor, que também é sacerdote, explica no livro o que é e como acontecem os rituais, o propósito da manifestação dos espíritos, quem são os orixás, a cultura, as tradições e a história da Umbanda. De acordo com Rodrigo Queiroz, a obra é a porta de entrada ao universo prático, teórico e filosófico da religião.

Umbanda para iniciantes
Citadel Grupo Editorial

Sessão de autógrafos com Rodrigo Queiroz
Livro: Mediunidade na Umbanda; Umbanda para iniciantes
Data: 13/09 (sexta)
Horário: 19h
Estande: rua H48
Onde: 27ª Bienal do Livro de São Paulo
Local: Distrito Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana
Ingressos: https://www.bienaldolivrosp.com.br/pt-br/ingressos

FICHA TÉCNICA
Título:
 Umbanda para iniciantes
Autores: Rodrigo Queiroz
Editora: Citadel Grupo Editorial
ISBN: 978-6550472474
Dimensões: 13.5 x 1 x 21 cm
Páginas: 176
Preço: R$ 52,90
Onde comprar: Amazon

Sobre o autor: Rodrigo Queiroz é fundador e presidente do Instituto Cultural Aruanda (2004), criador e diretor da primeira plataforma de ensino online da religião, Umbanda EaD (2006), médium ativo desde 1996 e sacerdote. Filósofo de formação, especialista em Psicologia Positiva, une os conhecimentos científicos do desenvolvimento humano com as pesquisas e vivências mediúnicas de terreiro. Atua como mentor pessoal de sacerdotes de umbanda pelo mundo e orienta pessoalmente milhares de médiuns ativamente em diversos países, aplicando seus saberes e validando uma nova e organizada maneira de viver e espalhar a umbanda por meio da sua comunidade online Confraria Umbandalogia.

Redes sociais: Instagram | YouTube

Foto – Rodrigo Queiroz

Sobre a editora: Transformar a vida das pessoas. Foi com esse conceito que o Citadel Grupo Editorial nasceu. Mudar, inovar e trazer mensagens que possam servir de inspiração para os leitores. A editora trabalha com escritores renomados como Napoleon Hill, Sharon Lechter, Clóvis de Barros Filho, entre outros. As obras propõem reflexões sobre atitudes que devem ser tomadas para quem quer ter uma vida bem-sucedida. Com essa ideia central, a Citadel busca aprimorar obras que tocam de alguma maneira o espírito do leitor.

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